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A ira islâmica recai sobre cristãos às vésperas de uma guerra civil.
O
mundo olha horrorizado para o Egito esta semana. Os números oficiais
falam de 525 mortos, incluindo 43 policiais, e 3.000 feridos em todo o
país. A Irmandade Muçulmana aumentou o número de mortos para 4.500.
Após
a destituição de Mohamed Morsi, o país se viu tomado pela disputa de
vários grupos pelo poder. Manifestações em todo o país evoluíram para
uma verdadeira batalha campal. Especialistas afirmam que o Egito está
numa encruzilhada que pode mudar radicalmente o país caso os aliados da
Irmandade Muçulmana vençam. Um dos motivos é por que eles já falam em
uma guerra contra Israel.
Os
conflitos desde quarta-feira são os mais sangrentos já registrados no
país na era moderna. A violência utilizada pelas forças de segurança dos
partidários da Irmandade Muçulmana, que controlava o governo deposto,
desencadeou uma onda de raiva e vingança em todo o país. Tudo piorou com
a renúncia do vice-presidente Mohamed ElBaradei. Ganhador do Nobel da
Paz ele justificou que não poderia “assumir a responsabilidade por
decisões com as quais não estou de acordo”.
Em
meio a isso, muitos muçulmanos se voltaram contra os cristãos, a quem
muitos acusam de ter apoiado os inimigos de Morsi. Existem registros que
pelo menos 52 igrejas foram queimadas em várias cidades do país, alguns
possuíam um grande valor histórico. Escolas cristãs, mosteiros e
instituições como a Sociedade Bíblica também foram atacadas. Um grande
número de casas pertencentes a cristãos também foram atacadas, os mortos
podem passar de 200.
A
Igreja Copta, maior grupo cristãos do país, relata que na cidade de
Assiut, no centro do país, os fiéis tiveram de fugir por uma janela
enquanto uma multidão cercava e apedrejava o seu templo. Nas cidades de
Minya, Fayoum e Sohag várias igrejas coptas foram queimadas e já existem
vídeos mostrando isso no Youtube.
De
acordo com um relato do jornal New York Times, “muçulmanos têm pintado
um ‘X’ preto nas lojas cristãs para marcar quais seriam queimadas.
Multidões atacaram igrejas e cristãos sitiados em suas casas. Sabe-se de
cristãos que foram mortos com golpes de facas e facões em suas casas.”
Representantes da liderança cristã do país afirmam que os ataques
ocorreram “sem motivo algum, o único crimes que eles cometeram é serem
cristãos em um país onde uma das facções políticas está travando uma
guerra religiosa e apela para a violência visando ganhos políticos.”
Uma
das justificativas para os ataques religiosos é que Tawadros, líder
espiritual dos oito milhões de cristãos coptas do Egito, expressou seu
apoio à retirada dos militares que apoiavam Morsi e a suspensão da
Constituição do Egito. Os cristãos são cerca de 10% dos 85 milhões de
habitantes do Egito.
Embora
o exército tenha declarado “estado emergência”, ninguém sabe que rumos
essas manifestações podem tomar. A maioria da população não apoia o
golpe de Estado ocorrido no início de julho contra o Governo eleito.
Vários
países europeus como o Reino Unido, França e Alemanha manifestaram o
pesar pela violência no Egito. O presidente francês chegou a falar em
uma intervenção internacional para evitar uma guerra civil. O Governo da
Turquia, país igualmente muçulmano, pediu que “a comunidade
internacional, liderada pelo Conselho de Segurança da ONU e da Liga
Árabe” possam intervir e impor medidas radicais para parar os
assassinatos. Com informações CNN, Christianity Today e Daily News Egypt.
Assista:
http://www.youtube.com/watch?v=90YdXfA5BPc
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